História de Guarará:

Geograficamente a parte do território mineiro onde está incluso Guarará, oficialmente pertencia à Vila de Barbacena, criada em 14/08/1791 pelo Governador da Capitania, o Visconde de Barbacena. Em 4/10/1818 a Câmara de Barbacena recebeu autorização do governador D. Manuel de Portugal e Castro para criar um distrito na Capela de São João Nepomuceno, no sertão do Rio Novo, com um vasto território que incluía as terras onde hoje é Guarará e outras cidades. Desde aí alguns sesmeiros começaram a fixar-se na região, eram eles, entre outros, Domingos Ferreira Marques, Feliciana Francisca Dias, Antônio Henrique de Sousa, Antônio Marques Moreira e Manuel de Sousa Ferreira.

Em 20/07/1828, o sesmeiro Domingos Ferreira Marques, inspirado pela esposa Feliciana Francisca Dias, devota do Divino Espírito Santo, doara quarenta alqueires de terra para o Patrimônio de uma Capela de Aplicação, conforme escritura lavrada em 20/07/1828, perante os testemunhos de João Gomes de Oliveira, José Joaquim de Queirós e Laureano R. Debaicos. Formou-se o curato e a construção de uma capela-mor foi iniciada pouco depois. A primeira Capela surgiu por volta de 1830. Posteriormente, essa Capela deu lugar a Igreja Matriz do Divino Espírito Santo, construída a partir de 1842. Muitos ranchos para tropas foram levantados na pequena povoação e nas suas imediações. O curato foi denominado Curato do Espírito Santo.

Domingos Ferreira Marques e sua esposa eram titulares de sesmarias no sertão do Rio Novo,as quais receberam em doação possivelmente em 09/02?/1818. O requerimento de ambas as sesmarias foi feito em 23/05/1814 e aprovado pelo Governo da Capitania de Minas Gerais em 27/01/1816. Ao redor da capela cresceram as construções das primeiras residências e, com elas, surgiu um povoado/arraial. Os primeiros moradores foram o casal Domingos Ferreira Marques, Feliciana Francisca Dias e seus filhos. Posteriormente, Gervásio da Silva Pinto, José Antônio de Oliveira, João de Araújo Moreira, Maria Vitória, Maria Joana Ribeiro, José Joaquim Monteiro de Castro, João José Monteiro Bastos, José Pires, José Ferreira Maciel, Manuel José da Silva, Fortunato Ribeiro e Felisberto Henrique de Sousa e outros.

Com o crescente desenvolvimento o arraial passaria, mais tarde, a denominar-se Espírito Santo do Mar de Espanha. À época a região, inserida no Vale do Rio Pomba, estava sob a jurisdição do município do Pomba. A região então abarcava um imenso território. Em 01/04/1841, pela lei mineira de nº 202 a povoação de São João de Nepomuceno é desmembrada do Pomba e seu território passou a abranger diversos distritos entre eles o do Espírito Santo (Mar de Espanha). Em 05/10/1851, pela lei mineira de nº 545, o curato do Cágado foi elevado a paróquia e, com isso, ocorre então o desmembramento de Mar de Espanha de São João Nepomuceno. O distrito do Espírito Santo de Mar de Espanha, que passou achamar-se Guarará em1891, ficou agregado à vila do Mar de Espanha e com ele os arraiais do Córrego do Meio e das Taboas.

Em 01/01/1868, através da Lei nº 1.466, o Curato do Espírito Santo do Mar de Espanha é elevado à categoria de Paróquia, observando as mesmas divisas. Mais adiante pela Lei nº 2034 de 01/12/1873 é criada a Freguesia do Espírito Santo do Mar de Espanha. O café constituía a principal fonte de riqueza da região, onde se encontravam os grandes compradores do produto. O que de fato ajudou o desenvolvimento foi à implantação em 1879 dos trilhos da Estada de Ferro União Mineira (depois Estrada de Ferro Leopoldina), que passavam pelo local denominado arraial das Taboas, hoje Município de Bicas, visando escoar a produção cafeeira da região.

“O Distrito do Espírito Santo do Mar de Espanha foi emancipado através do Decreto nº 278 em 05/12/1890. Sua instalação oficial ocorreu somente no ano seguinte em 01/02/1891 na casa do 2º Barão de Catas Altas na Praça do Divino. Neste local atualmente funciona a Escola Municipal Ferreira Marques”.

 Em 22/01/1891, pelo Decreto Estadual nº 343, a Vila do Espírito Santo passou a denominar-se, simplesmente, Vila do Guarará. De acordo com a Lei nº 84 de 06/06/1894 a Vila do Guarará passou a denominação de Vila do Espírito Santo do Guarará acatada pelo Estado de Minas por sugestão do Vereador Padre Manoel José Corrêa. Essa denominação permaneceu até o final da década de 1920. A partir daí passou a adotar novamente o termo Vila do Guarará até meados da década de 1940, quando veio a usar somente o vocábulo Guarará.

Guarará, vocábulo de origem Tupi-Guarani, que significa segundo alguns, ‘tambor usado pelos gentios’, ou segundo outros, ‘manhoso’ ou ‘investigador’, não vem, como possa parecer, da influência das palavras usadas pelos prováveis silvícolas que habitavam no passado a região. Esse termo só surgiu em 1891 com a elevação do distrito a categoria de Vila.

Conta à tradição que, o 2º Barão de Catas Altas, logo após o decreto de emancipação tinha que escolher um nome para a nova Vila. Sem tempo hábil para consultar os moradores e correligionários, veio à idéia de homenagear onde sua esposa nascera na região da Vila de Queluz, porque, em sua terra de origem, havia um riacho com o nome de ‘Guarará’, na Fazenda Guarará, talvez por saudosismo, resolveu denominar o local recém emancipado de ‘Vila do Guarará’, em substituição à Espírito Santo do Mar de Espanha.

 Pela divisão administrativa de 1911, e com base nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1920, o Município era integrado por três Distritos: Guarará, Bicas e Maripá. A Lei Estadual nº 843, de 07/09/1923, que criou o Município de Bicas, desmembrou-o de Guarará, permanecendo a Sede e o Distrito de Maripá. Mais tarde, em 31/12/1962, a Lei de nº 2764 criou o Município de Maripá de Minas, desmembrando-o de Guarará. Ficou Guarará, então, constituído de um único Distrito conforme a divisão territorial datada de 1963.

Localização e acesso:

Guarará pertence à Mesorregião da Zona da Mata, à Microrregião de Juiz de Fora, e localiza-se a leste da capital do estado, distando desta cerca de 294 Km. Seus municípios limítrofes são Maripá de Minas, aonorte; Mar de Espanha, ao leste; Mar de Espanha e Pequeri, ao sul e Bicas, ao este.

O acesso ao município pode ser feito a partir de Belo Horizonte através da rodovia BR–040 até Juiz de Fora e a partir desta pela BR-267 (Rodovia Vital Brazil). A rodovia MG-126 também passa pelo município no sentido leste-oeste.

A cidade tem como informações importantes:

Área: 88,589 Km²

População:3.929

População Rural: 440

População Urbana (Hab.): 3.489

População Masculina: 1.950

População Feminina: 1.979

Densidade Demográfica: 44,32/Km²

IDH (2017): 0,652

PIB (2017): 11.810,00

Aspectos Geográficos:

Altitude: 558m

Máxima: 743 m – Morro da Caieira

Mínima: 587 m – Foz Ribeirão Espírito Santo

Ponto central da Cidade: 560 m

Temperatura:

Média anual: 21°C

Média máxima anual: 27,9°C

Média mínima anual: 15,3°C

Índice médio pluviométrico anual: 1300 mm

Clima: tropical de altitude

Relevo:

Topografia (%)

Plano: 5

Ondulado: 70

Montanhoso: 25

Hidrografia:

Principais Rios e Ribeirões:

Rio Cágado

Ribeirão Espírito Santo

Ribeirão Forquilha

Ribeirão da Saracura

Bacia: Bacia Rio Paraíba do Sul

Educação:

Matrículas no ensino fundamental [2018] – 464 matrículas 

Matrículas no ensino médio [2018] – 147 matrículas 

Docentes no ensino fundamental [2018] – 30 docentes 

Docentes no ensino médio [2018] – 12 docentes 

Número de estabelecimentos de ensino fundamental [2018] -1 escola

Número de estabelecimentos de ensino médio [2018] – 1 escola

Outras informações:

Energia Elétrica: CEMIG

Água: COPASA

Esgoto: Prefeitura Municipal

Telefonia Fixa: Oi

Telefonia Móvel:Claro, Vivo

 

 

Fonte: IBGE, e Setor de Patrimônio Histórico e Cultural de Guarará (2020).

  “Linha do Tempo Histórica de Guarará-MG”. Download do Arquivo